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terça-feira, 11 de junho de 2013

SIMETRIA




E lá se vai a tarde anunciando que a estréia será na sexta-feira. Amanhã!  Amanhã?
Aqui, nas veias, as notas desajustadas do coração não permitem que se ouça o som lá de fora. Batidas fortes e a respiração acelerada agonizam o peito e enfrentam o teatro. Lá é mais forte, e com outras notas, toma conta do palco da emoção que não sabe o que esperar.
Sabe o que fazer e espera. Respira. Ouve. Dedilha. Memoriza.   

Veja você, nas sem razões dos acordes, Lá menor, calores, suores e angústias enchem o palco em assimetria com as vontades e anseios, na vontade, no sorriso nervoso e no tom de cada instrumento.
Amar o perdido deixam confundidas as batidas, em Dó, Ré, Mi, Fá,Sol, Lá em Simetria.

A sétima, e um, dois, três, de novo! Um... dois.. três! De novo...
Eu queria um sopro novo, mas gritam as cordas da guitarra, do violão e do baixo. Bateria no palco, ensaio em assimetria e os dedos receosos buscam  teclas, cordas, luzes, poemas, partituras... suores.
Quem é a Terça maior que não apareceu? Não é Terça? Lá menor então?  Quem?

Centenas de poltronas vazias seguem apreensivas com as tentativas. A canção vem e vai, e em uma curva desliza na partitura e escorrega pelo rio de acordes.  Gargalhadas e vamos lá...! A sétima... Um... dois...três...! Novamente ... Um... dois...três... O rouco forte do  baixo assusta o ar e um olhar espera o bemol do piano. A bateria se cala e se abraça a Sol. A música enche o ar e nos acalma.
Parece que o Criador toma conta das vozes, das mãos, das luzes e o ar se enche da melodia.


Chega a noite de mansinho. Hoje é sexta-feira, dez de maio! A mão transpira  e a estréia se aconchega nas poltronas. “As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão” e as cordas se entendem e expulsam do palco os ruídos, e uma voz feminina, maviosa, penetra os ouvidos e encanta o teatro com “coisas findas, muito mais que lindas, que ficarão”.

Os metais brilham, os tambores gritam, as partituras apadrinham! As cordas vibram, as teclas dançam, os poemas falam e as luzes observam boquiabertas, e “o coração em riso” e a banda em festa, e nossa alma arrepiada de prazer e aventura “no mesmo tempo”, celebram em silêncio.

Centenas de poltronas, agora de pé, gritam, sorriem e aplaudem. Ele e Ela, cravo e rosa, acordes e poesia em harmonia.. “o vento diz ele é feliz, a sabiá sabia já! A lua só olhou pro sol...” Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá... Simetria. E “isso é amor, e desse amor se morre!...”





Zema
10/05/2013


4 comentários:

  1. Lindo, imagino a emoção de estar no palco saboreando, cantando e declamando coisas boas!!!!

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  2. Voltei, em pensamento, ao dia 10 de maio. Ao ler você, consegui sentir novamente o que vivenciamos naquela noite mais que especial. Você a descreveu da forma brilhante inerente aos poetas. Obrigada por ter deixado meu coração, agora, assim, cheio de amor.

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  3. Zema, você "poetizou" suas experiências no teatro e conseguiu passar para nós suas angústias, adrenalina, nervosismo e alegria. Maravilhoso!!! Já te linkei na minha listinha de blogs do meu novo blog: http://www.izabelpariz.blogspot.com.br. Espero que goste. Estou apenas iniciando.

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