Terreno
baldio.
Restos
de árvores humilhados.
Amontoados
escorrem vida amputada.
Um
cheiro de vida verde empilhada toma conta do ar.
Galhos,
folhas e flores:
bailarinos
avulsados do vento,
companheiros
do descanso de asas coloridas,
pouso
dos raios da manhã.
São
lenhas jogadas ao chão!
Fogo...!
Cascas
vão se enrugando e se contorcendo ao assédio
e ao
calor da chama que insiste em tomar-lhes a seiva,
que
insiste em tomar-lhes a cor,
que
devora as impressões escritas pelo tempo.
Fogo...!
É um grito silencioso do que outrora fora um tronco viçoso,
fora
galho parceiro do vento.
Lenho
frondoso, agora arde vomitando espuma branca
enfumaçada
que lacrimeja o chão.
Fogo...!
Fogo...!
A
chama vermelha com matizes amarelos toma os olhos.
Pouco
se vê de madeira. Não há mais cascas. Não
há mais galhos.
Fogo!
Toma conta do ar um espetáculo vermelho e ardente.
Fogo!
O tronco contorcido geme os últimos estalos
antes
de se entregar ao clamor da chama que o
envolve e devora.
Fogo...!
Fogo...!
A
noite ouve os estalos na claridade dos sonhos
do
que foi vida, do que foi tronco,
do que foi galho, do que foi pouso.
do que foi galho, do que foi pouso.
Fogo...!
A noite sente histórias ardentes forjadas na chama
que parte rumo ao invisível.
Fogo..! Fogo...!!
Terreno
baldio.
O
vento espalha restos de cinzas humilhadas.
Dissolve
amontoados que escorriam aroma de vida verde.
Fogo...!
Espalha-se um cheiro
de vida morta por todo o ar.
Brilhante chama que escrevestes.
ResponderExcluirMoro do lado de um terreno baldio, que vez ou outra se torna vítima. Lá já nem existem mais troncos, apenas algumas plantas rasteiras que sobem ao céu em meio a muita fumaça.
ResponderExcluirTá mais realista, José. Isso é bom!