De repente centenas de asas em
vôos rasantes, passam ...
Penas assustadas gritam com a
tarde.
Voam desordenadas e fogem com os
últimos raios do sol.
O dia se esconde...
A tarde desce ligeira pelas
trilhas da montanha
e de mãos dadas com nuvens escuras
cai pesada sobre nós.
cai pesada sobre nós.
A montanha assiste a tudo, indiferente...
Trovões e raios nervosos
congestionam o ar e anunciam o dilúvio que ensaia sobre o Ana Moura.
Oitis e palmeiras se prendem ao
chão mas se descuidam de suas folhas.
Desamparadas, bailam entre cabos
de energia que tentam acalentar postes indecisos, cambaleantes com o abraço da
ventania.
O vento sopra uma macabra melodia
ao passar entre hiatos dos prédios.
Olhares medrosos e maravilhados
correm pelas calçadas.
A moça se perde entre a saia
desobediente e os grãos de areia que ameaçam seus olhos.
As janelas emocionadas desejam a
ventania e enfrentam as ferragens fazendo algazarra em gritos estridentes.
Chega a noite...
O asfalto respingado do temporal
que não veio, ostenta bijuterias que refletem o brilho da lua, que ainda
acanhada, encosta nuvens no horizonte.
Dona da noite, abre o céu para as
estrelas e um sorriso crescente toma toda a cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário