TUDO

Nego me a aceitar o nada

que permeia por estas mesas,

ruas e salas cheias.

Há muitos nadas

por detrás destes corpos

e etiquetas.

Não quero mais um nada,

quero dividir meu tudo,

mesmo que o tudo que tenho,

seja pouco mais que nada.

Não desejo o nada

que o mundo ostenta.

Não desejo o corpo,

nem a presença deste nada.

Sonho com um pouco,

preciso do pouco

que seja tudo.

Não aceito meu coração

pulsar por nada,

nem construirei bodas de nada.

Deparo em meus dias

com tantos nadas,

tão difíceis

que nada escolho.

Às vezes me vejo

entre o nada e o pouco

e deparo com o nada,

insistindo

em acomodar-se em tudo.

Zema/2005



E em qualquer instante, Tudo e Nada acontece...

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