Óh, Maria terna e boa, lá do Céu nos abençoa!
A cantiga ecoa em minhas mãos e coloca as correrias da infância a
brincar em meus olhos, e enquanto o pensamento se perde entre os ponteiros do hoje e do amanhã, ontem fica
brincando com o coração, medindo forças e inventando novas batidas.
O menino sozinho compra goiaba, ameixa e caqui no mercado, e a cama vazia sob o cobertor, não grita mais
“bença Mãe, bença Pai, bença Dia!”
O espelho diz mansamente que não sou mais “uma figura impoluta”.
Continuo "ordinário de uma figa".
Os sonhos passaram por tantas estradas, banharam-se em tantos
ribeirões, deram tantas voltas.
Meu coração disse tantos sins, saltou tantos pontilhões, teceu
tantas chegadas e partidas que o gosto de carbureto ficou preso em alguma
estação.
O Trem ainda acelera e engasga entre a Garganta e o Córrego do
Ouro, e a saudade fica tricotando sorrisos no portão da Joaquim Nunes.
A “Volta do Ó” sempre volta quando meus olhos colocam nos trilhos um
amontoado de sabores, e o pensamento se embriaga com o leilão de emoções no
coreto de Nossa Senhora Aparecida!
Baía
1958
Muitas vezes o hoje vai se misturar ao ontem. O menino Bahia se mistura ao homem, ao pai, ao irmão e assim vai se desenhando cada fase.....mas o traço é o mesmo!!!Ah e serás sempre uma figura impoluta!!
ResponderExcluirBjo